Há com certeza gente que discordará da minha opinião, mas eu acho que o Nemo era um tipo com sorte. Primeiro porque ficou famoso, foi a Hollywood (não a Bollywood - apesar de aquelas coreografias darem um jeitaço, ou a Tokyo-wood feito sushi) e sobreviveu àquelas gaivotas todas, com crise de possessividade que lhe perguntavam se ele era delas...
Mas, (...não contendo essa paixão...) parecendo que não, ele sofre um dilema diariamente.
Como até me fartar e expludo ou como só o suficiente até estar satisfeito?
Sofre, portanto, do pecado mortal da Gula - dessa é que os senhores do "seven" não se lembraram.
Do mesmo pecado, curiosamente sofrem os toxicodependentes.
Meter mais e arriscar parar de vez ou ficar por aqui e deixar estas coisas?
Hoje ouvi com muita graça alguém dizer que, se alguém tem um vício e se não o quer curar, para quê limitá-lo??
Eu, por exemplo, tenho um vício. É verdade. Bem, um, um, não, tenho mais, mas os outros não são para aqui chamados agora que isto é uma casa de bem, bem frequentada e de boas famílias. Não, não sou viciado em ping pong, em Go to Hell (versão evoluída de Espadinha e "ir ao buraco"), ou sequer sou viciado em substâncias - embora lá vá muitas vezes...
Sou viciado em viagens, em descobertas, em recantos...
E neste momento e após a jeropiga e as castanhas assadas e as demais iguarias à la Garching, tenho a dizer que só me apetecia ser um Nemo numa ilha grega...
O Irmão Metralha
